terça-feira, 7 de setembro de 2010

Medo



Vou começar pelo inevitável: minha mãe. Engraçado que enquanto pensava na primeira frase só me vieram coisas negativas à mente. Não que eu seja negativo, isso é só o reflexo do medo inefável que estou sentindo agora. 

Ela está doente. À princípio foi retirado da sua coluna um plasmocitoma, um tumor que a fazia ter muitas dores nas costas e pernas... Nas primeiras consultas o médico a disse que seria hérnia de disco, mas logo descobriam que o caso era mais complexo e graças a deus ( ou seja lá o que for ), os médicos descobriram em tempo para que algo pior não acontecesse, como ela não andar mais. Uma cirurgia foi pedida com urgência. Assim o fizeram, mas no dia anterior fizeram uma biópsia e o resultado só sairia em uns 10 dias. 

Bem, semana passada eu fui buscar o resultado desse exame para levar até o consultório do médico dela, em Criciúma. No caminho do consultório, abri os exames, para ver, como sempre, o resultado. Lá estava em letras maiúsculas na conclusão: PLASMOCITOMA.

No mesmo momento, abri o navegador do meu celular e procurei no Google pela palavra e no primeiro resultado me veio o Wikipedia, que dizia:

"Plasmocitoma é a neoplasia benigna ou maligna dos plasmócitos. O plasmocitoma benigno localiza-se geralmente nas cavidades nasais, na faringe e na traquéia, enquanto o maligno, mais frequente, afeta os ossos."

O chão desapareceu sob meus pés. Criou-se um nó na minha garganta e os meus olhos não viam nada mais além do horizonte, sem sentido algum. Muitas coisas passaram pela minha cabeça... Como eu poderia viver sozinho ( sendo que meu pai já é falecido ) e minha família não se importa comigo, além me ver como uma "pessoa errada"? 

Cheguei, então, no consultório. Enquanto eu subia o elevador meu coração batia descompassado. Cada segundo era intolerável. Abri a porta, lá estava a secretaria. Por fim, o médico não estava e viajaria naquela tarde, voltando apenas amanhã, dia 8 de setembro. Deixei o resultado com ela e pedi para que ele me ligasse assim que visse os exames.

Voltando pra casa, no ônibus, comecei a chorar calado, olhando a paisagem que eu tanto havia visto nos últimos dias, já que eu estava indo sempre a Criciúma, pois a mãe estava internada, se recuperando da cirurgia. Mas eu não poderia chegar em casa chorando. O que minha mãe iria pensar? Conti o choro, mas aquele sentimento abafado continuava.

Assim que cheguei em casa, disse para ela calma e naturalmente que eu havia deixado os exames com o médico e etc. Além disso, disse que achava que ela iria precisar mesmo fazer quimioterapia, como o médico já tinha ligeiramente cogitado. Ela reagiu naturalmente.

Com um pouco mais de calma, resolvi procurar novamente pelo tal Plasmocitoma, então, acabei descobrindo que ele poderia ter ligação com o Miolema múltiplo e que ele por si só, não era um câncer. Já fiquei mais aliviado.

Lembrei que logo após a cirurgia, conversei com os médicos, e eles disseram que tiraram um tumor ali da região e que estavam confiantes porque não havia mais deles em outras partes do corpo dela. Comecei a ligar as coisas.... Pois o Miolema é um conjunto de vários Plasmocitomas.

 Além disso, procurei mais sobre a doença do Miolema nas comunidades Orkut e lá haviam vários depoimentos de como esse câncer pode ser tratado, a pessoa conviver com ele e viver normalmente - lógico, com alguns cuidados. Minhas esperanças em ver minha mãe boa novamente reapareceram. 

Agora, aqui estou eu, esperando os resultados finais que o médico dará essa semana... Com medo, mas de certa forma confiante. Sei que minha mãe é forte e vai sair dessa, com certeza. E, sendo Plamocitoma ou Miolema, não vou me desesperar, vou continuar lutando e ajudando ela - como venho fazendo incessantemente nas últimas semanas.

4 comentários:

  1. medo, como ele nos paraliza, neh!? Admiro tua forca, Drei e com certeza nesse momento eh o que a tua mae mais precisa, o filho dela cheio de forca para mante-la de pe, tenho certeza que eh por vc que ela vem aguentando firme ateh aqui... E com certeza eh gracas a Deus sim que vcs estao de pe ate aqui...

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  2. Drei lendo o seu desabafo chorei,o engraçado é que quando você me contou eu não chorei,apenas disse que daria tudo certo,agora me pergunto se eu não dei a importância que você merecia naquele momento ou se suas palavras tiveram um poder diferente aqui...
    Bom,mas agora aqui eu digo do fundo do meu coração VAI DAR TUDO CERTO e o medo,bom o medo faz parte,quem não tem medo de perder alguém que ama. Eu sinto isso todos os dias,mas é claro que temos que saber lidar com ele se não nos tornamos prisioneiros de algo imaginário.
    bjuuu TE AMO

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  3. Oi Andrei. Como você tá? E a sua mãe?

    Que ela melhore! Força!

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  4. Tudo em nossas vidas tem um motivo, até mesmo as coisas ruins que não entendemos e achamos que o mundo acabou.
    Já senti muito medo e sei que assim como o meu, o teu tbm vai acabar. É o que eu desejo. Melhoras!

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