e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Feriado - 07 de setembro de 2010 |
Dia lindo demais! |
Adorei as brincadeiras! |
Momentos!!!Ahh demais! |
Queria ver o sol, o céu azul, talvez as estrelas; disseram-me que no subúrbio pode-se vê-las melhor. Mas eu, suburbano, não via nada. Dentro da minha casa, do meu casulo, eu não sabia o que era a vida; e a vida estava bem diante dos meus olhos.
Alguém me chamou, eu escutei. Tornaram a chamar. Olhei para os lados, não havia ninguém. De quem seria aquela voz? Uma voz interior, clamando por vida; piedosa, abstrata.
Mas o que é vida? - Pergunto-me. De que é permeada tal frágil constituição? Por que ela deriva tão bruscamente, ora numa ora noutra direção?
A vida é a complexidade do nada. É olhar as estrelas, é sentir o ar entrando e saindo dos pulmões. É ter certeza de que não se pode ter certeza de absolutamente nada. Devera eu saber disso agora? Ou seria mais um truque do destino?
Posso eu implorar para que não me deixes sozinho?
Vou começar pelo inevitável: minha mãe. Engraçado que enquanto pensava na primeira frase só me vieram coisas negativas à mente. Não que eu seja negativo, isso é só o reflexo do medo inefável que estou sentindo agora.
Ela está doente. À princípio foi retirado da sua coluna um plasmocitoma, um tumor que a fazia ter muitas dores nas costas e pernas... Nas primeiras consultas o médico a disse que seria hérnia de disco, mas logo descobriam que o caso era mais complexo e graças a deus ( ou seja lá o que for ), os médicos descobriram em tempo para que algo pior não acontecesse, como ela não andar mais. Uma cirurgia foi pedida com urgência. Assim o fizeram, mas no dia anterior fizeram uma biópsia e o resultado só sairia em uns 10 dias.
Bem, semana passada eu fui buscar o resultado desse exame para levar até o consultório do médico dela, em Criciúma. No caminho do consultório, abri os exames, para ver, como sempre, o resultado. Lá estava em letras maiúsculas na conclusão: PLASMOCITOMA.
No mesmo momento, abri o navegador do meu celular e procurei no Google pela palavra e no primeiro resultado me veio o Wikipedia, que dizia:
"Plasmocitoma é a neoplasia benigna ou maligna dos plasmócitos. O plasmocitoma benigno localiza-se geralmente nas cavidades nasais, na faringe e na traquéia, enquanto o maligno, mais frequente, afeta os ossos."
O chão desapareceu sob meus pés. Criou-se um nó na minha garganta e os meus olhos não viam nada mais além do horizonte, sem sentido algum. Muitas coisas passaram pela minha cabeça... Como eu poderia viver sozinho ( sendo que meu pai já é falecido ) e minha família não se importa comigo, além me ver como uma "pessoa errada"?
Cheguei, então, no consultório. Enquanto eu subia o elevador meu coração batia descompassado. Cada segundo era intolerável. Abri a porta, lá estava a secretaria. Por fim, o médico não estava e viajaria naquela tarde, voltando apenas amanhã, dia 8 de setembro. Deixei o resultado com ela e pedi para que ele me ligasse assim que visse os exames.
Voltando pra casa, no ônibus, comecei a chorar calado, olhando a paisagem que eu tanto havia visto nos últimos dias, já que eu estava indo sempre a Criciúma, pois a mãe estava internada, se recuperando da cirurgia. Mas eu não poderia chegar em casa chorando. O que minha mãe iria pensar? Conti o choro, mas aquele sentimento abafado continuava.
Assim que cheguei em casa, disse para ela calma e naturalmente que eu havia deixado os exames com o médico e etc. Além disso, disse que achava que ela iria precisar mesmo fazer quimioterapia, como o médico já tinha ligeiramente cogitado. Ela reagiu naturalmente.
Com um pouco mais de calma, resolvi procurar novamente pelo tal Plasmocitoma, então, acabei descobrindo que ele poderia ter ligação com o Miolema múltiplo e que ele por si só, não era um câncer. Já fiquei mais aliviado.
Lembrei que logo após a cirurgia, conversei com os médicos, e eles disseram que tiraram um tumor ali da região e que estavam confiantes porque não havia mais deles em outras partes do corpo dela. Comecei a ligar as coisas.... Pois o Miolema é um conjunto de vários Plasmocitomas.
Além disso, procurei mais sobre a doença do Miolema nas comunidades Orkut e lá haviam vários depoimentos de como esse câncer pode ser tratado, a pessoa conviver com ele e viver normalmente - lógico, com alguns cuidados. Minhas esperanças em ver minha mãe boa novamente reapareceram.
Agora, aqui estou eu, esperando os resultados finais que o médico dará essa semana... Com medo, mas de certa forma confiante. Sei que minha mãe é forte e vai sair dessa, com certeza. E, sendo Plamocitoma ou Miolema, não vou me desesperar, vou continuar lutando e ajudando ela - como venho fazendo incessantemente nas últimas semanas.